Câmara do Recife deve votar Lei do Telhado Verde nesta terça

por Paulo Veras

Empresarial Charles Darwin, da Rio Ave, já foi projetado para ter telhado verde. Imagem: divulgação/Rio Ave

A Câmara do Recife deve votar nesta terça-feira (18) o projeto de Lei do Telhado Verde, que propõe aplicar uma camada de vegetação no teto dos prédios que tenham mais de quatro pavimentos. A proposta é do vereador Eurico Freire (PV).

A proposta passou nas Comissões de Constituição e Justiça e de Finanças na última quinta (13). Além dos prédios com mais de quatro pavimentos, edifícios não residenciais com mais de 400 metros quadrados de área devem implantar a medida.

O objetivo do projeto, além de melhorar o aspecto paisagístico da cidade, é melhorar os efeitos das ilhas de calor.

“O Recife vai seguir o exemplo de lugares como Stuttgart, na Alemanha. A cidade é referência mundial em sustentabilidade. Alcança, atualmente, 60% de cobertura vegetal, sendo 300 mil metros quadrados de telhados verdes”, disse o vereador, sobre o projeto.

“São Paulo, Curitiba e Buenos Aires também já são exemplos de cidades cujos edifícios possuem uma cobertura verde”, revelou.

Para a empresária Catarina Durães, da Ecogreen Ideias Sustentáveis, os telhados verdes também podem ser usados para a captação de águas pluviais.

“O telhado verde é instalado sob uma área superior, seja sobre as telhas ou cobertura feita de laje, que pode ser em casas próprias, prédios ou edificações comerciais. Pode ser instalado em qualquer ponto que ofereça uma cobertura segura e com as condições necessárias”, explica.

“Essa realidade pode recuperar a característica verde perdida pela cidade e se refletir numa substancial melhoria de vida para a população, com a diminuição dos efeitos das ilhas de calor”, defende ainda.

O mesmo projeto de Lei apresentado pelo vereador também discorre sobre a construção de reservatórios para a captação de água da chuva.

PROJETOS – No Recife, pelo menos dois empreendimentos da construtora Rio Ave já preveem a instalação de telhados verdes. É o caso do empresarial Charles Darwin, na Ilha do Leite, e no Boa Viagem Corporate, no bairro de Boa Viagem.

Só no Charles Darwin, serão implantados mais de 2,5 mil metros de área verde, terá capacidade para armazenar 75 mil litros de água e de sequestrar 11 toneladas de gas carbônico por ano.

Já o Boa viagem Corporate terá fachadas verdes, que irão ser integradas com o plantio de espécies de jardim no entorno do prédio.

“O principal ganho é na consciência e responsabilidade socioambiental da empresa para com a sociedade. Temos que otimizar o aproveitamento dos recursos naturais disponíveis. Precisamos oferecer um melhor ambiente”, defende Fabian Bezerra, gerente de projetos da Rio Ave.

Fonte: Blog do Jamildo